sábado, 6 de outubro de 2012

Israel Macedo – O Artista



“O que não me faltam são ideias, minha mente ferve. O que tem faltado mesmo é o tempo para executar tudo que quero”. Não é à toa que Israel Macedo, artista plástico, conta com prêmios como o da 8ª Bienal Internacional de Arte de Roma. Com a mente borbulhando criatividade, o brasileiro brinca com a imaginação e esculpe peças genuinamente belas.
O artista já foi premiado no Salão de La Société Nationale Dês Beaux-Arts Du Louvre, na categoria especial; e homenageado como artista do ano no Prêmio Super Cap de Ouro 2010.

Vida
Israel conta que sempre gostou de arte: “sempre fui apaixonado. Quando criança participei de muitos cursos, como desenho artístico, desenho de moda, pintura a óleo, pintura com lápis de cor, etc. Foram muitos os cursos”.
Ele conta que nesta época ele não sabia que trabalhar com artes poderia trazer sucesso, pois no colégio o êxito era relacionado a carreiras como as de engenheiro, advogado e outras. “Nunca me disseram nada sobre arte e acredito que para muitos era somente algo para se fazer nas horas vagas”.
Ainda sim, fez cursos em centros culturais próximos a Mogi das cruzes, cidade natal do artista. Quem o influenciava e o inscrevia era sua mãe. Muitos foram no Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi, em Suzano.
Mas Israel começou em uma carreira distinta da atual, trabalhou por muitos anos com tecnologia da informação e marketing. Mudou-se para São Paulo, e foi então que sua vida começou a seguir um novo rumo. “Conheci algumas pessoas que gostavam de arte e acompanhavam leilões. Comecei a frequentar estes, assim como os museus da cidade. Motivado por esta possibilidade nova, voltei a pintar, e logo busquei um curso de escultura, algo que nunca havia feito, mas que sempre tive curiosidade”.
Fez aulas com uma escultora retratista, a qual na primeira aula já reconheceu o talento de Israel, e que, como ele mesmo conta, disse que naquele mato havia coelho. E Havia.  
O artista lembra que escultura foi paixão à primeira vista, “quando comecei a trabalhar com a argila, foi como se eu já dominasse aquilo, e até hoje, quando sento na frente do torno para trabalhar eu me desligo de tudo”.
Atualmente Israel possui um atelier na Vila Nova Conceição, em São Paulo, onde realiza suas esculturas.

Inspirações
O Bipolar
Ele conta que tudo começa com a observação e chega à emoção. “A observação é o fator gerador, mas a emoção é o catalisador disso, seja ela a alegria ao sorrir, ou a liberdade que me permite sonhar sem limites. Quando crio gosto de estar sozinho, com as minhas memórias e com a argila na frente. Muitas das minhas esculturas são claras referências a passagens da minha vida, da minha infância ou mesmo mais atuais. Tento trabalhar sempre com bom humor e feliz, pois acho que as emoções são transferidas para a obra e sentidas por quem as tem, e o meu objetivo é levar alegria aliada à estética”.
Como artistas que o inspiram ele cita Botero (formas simples e bastante objetivas), Salvador Dalí (abuso da criatividade), Adriana Varejão (trabalhos com azulejos e vísceras), Damien Hirst (seus trabalhos espelhados com asas de borboletas), Gerhard Richeer (versatilidade), Picasso (construção e desconstrução) e Camille Claudel (expressividade).

Obras
Israel possui três séries, as quais você pode conferir no site: Maçãs, Híbridos e Cactos (sobre a qual você poderá ler mais em uma próxima postagem).
Ao ser questionado sobre o porquê da utilização de maçãs, ele explica: “comecei a criar as maçãs por acaso, por uma brincadeira. Foi uma forma de representar algo que eu sentia no momento. Logo descobri por coincidência que o significado do meu sobrenome, Macedo, é o lugar onde nascem as maçãs. As maçãs são para mim a forma de me representar abstraidamente”.
É só uma lembrancinha...
Perguntei se havia alguma favorita, ele respondeu que gosta de todas, pois remetem a boas lembranças de sua vida, mas que sempre há uma favorita, e logo emendou a seguinte frase: “Eu adoro a ‘É só uma lembrancinha...’, uma escultura que fiz para minha avó. Minha origem é bem humilde e toda vez que minha vó me dava algum presente, ela me dizia ‘é só uma lembrancinha’. Quando somos pequenos não entendemos o verdadeiro valor destes presentes, o que vale não é o presente, mas o carinho, o amor ali demonstrado”.
Com a mente cheia de ideias, Israel conta que está desenvolvendo uma linha de produtos: “estou pesquisando e estudando materiais alternativos. Sempre quis fazer algo com materiais reciclados e acho que uma nova série dos meus trabalhos pode partir daí”.
A partir do dia 10 de outubro podemos conferir sua nova exposição: Sob Olhares, no Hotel Tivoli São Paulo – Mofarrej – localizado na Alameda Santos, 1437.
 


Um comentário:

Anônimo disse...

Realmente o artista tem um olhar diferenciado em conceitos de luz e volume.